sexta-feira, 21 de fevereiro de 2014

Desmatamento na Amazônia cai 19%, calcula Inpe

Dados comparam período de agosto a janeiro dos últimos dois anos. Estado que registrou maior área devastada foi o Mato Grosso.

O Ministério do Meio Ambiente informou nesta sexta-feira (21) que o desmatamento na Amazônia Legal caiu 19% no período de agosto de 2013 a janeiro de 2014 em comparação a agosto de 2012 e janeiro de 2013.

No total, foram desmatados nos últimos seis meses 1.162,5 km². Em agosto de 2012 a janeiro de 2013 foram 1.427 km². A Amazônia Legal compreende todos os estados da Região Norte, além de Mato Grosso e parte do Maranhão.

Os dados divulgados são do sistema de Detecção de Desmatamento em Tempo Real (Deter), instrumento que captura informações via satélite. O governo adota o recorte de agosto a janeiro porque nos meses de junho e julho, mais chuvosos, a incidência de nuvens sobre a região pode afetar os resultados.

Segundo a ministra Izabella Teixeira, as informações do Deter ainda precisam ser confirmadas pela fiscalização em terra.

Os dados do Deter, de acordo com o ministério, servem para gerar alerta sobre as áreas devastadas.

No entanto, o índice oficial de desmatamento do governo federal é fornecido pelo sistema de Projeto de Monitoramento do Desmatamento na Amazônia Legal (Prodes).

Em novembro passado, esse sistema apontou perda de 5.843 km² de floresta entre agosto de 2012 e julho de 2013, aumento de 28% em relação ao período anterior. O tamanho é equivalente a quase quatro vezes o município de São Paulo.

Apesar de ter crescido, a taxa de 2013 é a segunda mais baixa da história. O recorde foi em 2012, quando a Amazônia Legal registrou desmatamento de 4.571 km².

Dados por estado
 
Pelos números do Deter, o estado que registrou maior área devastada foi o Mato Grosso, onde foram desmatados 375 km² entre agosto do ano passado e janeiro deste ano.

No Pará foram desmatados 294 km². Rondônia registrou desmatamento de 175 km² e, no Amazonas, a área de floresta devastada foi de 162km².

Os dados do Inpe mostram ainda que em quatro dos nove estados da Amazônia houve redução na área desmatada no período analisado: Mato Grosso, Pará, Rondônia e Maranhão.

Para a ministra Izabella Teixeira, não há preocupação do governo federal com “estado A, B ou C”. Segundo ela, o governo se preocupa com o processos criminosos relacionados ao desmate ilegal. “Há estados que tradicionalmente são responsáveis pelos aumentos no desmatamento e que vêm reduzindo os números ao longo do tempo", disse.

"Então, nós estamos colocando todas as tecnologias em campo e esperamos que isso se traduza na redução do desmatamento. Agora, eu não faço prognóstico, o que a gente faz é trabalhar duro para acabar com o desmatamento", completou a ministra.

Ainda de acordo com o ministério, foram registrados entre agosto de 2013 e janeiro de 2014 1.540 autos de infração. As autoridades recolheram R$ 550 milhões em multas de crimes ambientais e 41 mil hectares de áreas verdes foram embargados.

Recortes de desmatamento feitos para uso na agricultura perto de Santarém (PA) (Foto: Nacho Doce/Reuters)

Fonte: G1 Brasilia em 21/02/2014.

quarta-feira, 5 de fevereiro de 2014

2013 foi o sexto ano mais quente desde 1850, afirma agência da ONU

Dados foram divulgados pela Organização Meteorológica Mundial.

'Temperatura confirma aquecimento a longo prazo', disse secretário.


O sol continua predominado no estado acompahando de muito calor  (Foto: Valéria Martins/G1)
Temperatura no mundo deve subir ainda mais
(Foto: Valéria Martins/G1)
O ano de 2013 foi o sexto mais quente desde 1850, quando começaram a ser feitas medições da temperatura global, e se igualou a 2007, de acordo com estatísticas da Organização Meteorológica Mundial (WMO), ligada às Nações Unidas.

Segundo a entidade, a tendência para os próximos anos é de a temperatura no mundo subir ainda mais. No Brasil, por exemplo, São Paulo registrou em 2014 o janeiro mais quente de sua história desde o início das medições diárias de temperatura feitas pelo Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), em 1943.

De acordo com o relatório da WMO, a temperatura média da superfície terrestre e dos oceanos superou em 0,50ºC a média calculada entre 1961 e 1990, e ficou 0,03ºC acima da média entre 2001 e 2010.

"A temperatura média de 2013 confirma a tendência de aquecimento a longo prazo", afirmou o secretário-geral da organização, Michel Jarraud. " A taxa de aquecimento não é uniforme, mas a tendência subjacente é inegável. Dadas as quantidades recordes de gases de efeito estufa na nossa atmosfera, as temperaturas globais continuarão a subir para as próximas gerações", explicou.

"A nossa ação - ou a falta de ação - para reduzir as emissões de dióxido de carbono e outros gases que retêm o calor irão moldar o estado do nosso planeta para nossos filhos, netos e bisnetos", disse Jarraud.

Segundo a WMO, 13 dos 14 anos mais quentes aconteceram no século 21. O recorde são dos anos de 2010 e 2005 (0,55°C), seguidos por 1998, anos marcados pelo fenômeno de aquecimento muito poderoso provocado pelo El Niño.

Tanto o El Niño quanto o fenômero de resfriamento La Niña são fatores determinantes para a variabilidade natural do clima. O ano de 2013 foi um dos quatro anos mais quentes que se produziu estes fenômenos.

Temperaturas em terra e oceanos

No que diz respeito às superfícies terrestres, a temperatura mundial de 2013 foi superior em quase 0,85°C à média de 1961-1990 e em aproximadamente 0,06°C à média de 2001-2010, segundo o comunicado do organismo.

Esta é a quarta maior temperatura já registrada, motivada em parte por um período muito quente de novembro a dezembro.

Nos oceanos, em 2013 foi observado um calor excepcional na Grande Baía Australiana e suas águas adjacentes, assim como em partes do nordeste e no centro-sul do Oceano Pacífico e em grande parte do Oceano Ártico.

A temperatura na superfície dos oceanos mundiais foi a maior desde 2010. Junto com 2004 e 2006 foi o sexto ano mais quente dos registros, 0,35°C acima da média de 1961-1990 e sendo igual à média mais recente de 2001-2010, segundo a OMM.

A OMM, com 191 países membros, explica no comunicado que divulgou os dados sobre as temperaturas para antecipar a versão completa da declaração sobre o estado do clima de 2013, que será divulgado em março.

Na declaração serão especificadas de forma mais detalhada as temperaturas, as precipitações, as inundações, as secas, os ciclones tropicais, a camada de gelo e o nível do mar em escala regional.


Fonte: G1 - 05/02/2014.