segunda-feira, 12 de agosto de 2013

Cariocas são ameaçados pelas mudanças climáticas

Efeito estufa e risco de tempestades põem a cidade no topo de ranking das alterações no clima do planeta Terra

Maria Luisa Barros

Rio - Moradores do Rio são os mais ameaçados pelas mudanças climáticas previstas para os próximos 30 anos. O alerta consta do Mapa de Vulnerabilidade da População dos Municípios do Estado do Rio divulgado nesta quinta-feira pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz). Segundo a pesquisa, das 92 cidades fluminenses, a capital será a mais afetada. Na lista dos perigos que pairam sobre o Rio estão o efeito estufa e a consequente elevação do nível do mar, inundações e alagamentos provocados por tempestades e o crescimento de casos de doenças infecciosas, como dengue e leptospirose.

O índice de vulnerabilidade municipal classifica os municípios quanto ao grau de atenção que terá que ser dado frente às esperadas mudanças climáticas, numa escala que vai de 0 a 1. Quanto mais próximo de 1, maiores as chances de eles serem afetados. “O Rio está na escala 1, por ter grande vulnerabilidade nos quesitos saúde e meio ambiente”, afirmou a coordenadora do projeto e pesquisadora da Fiocruz, Martha Barata.

Foto:  Arte O Dia 

POLÍTICAS PÚBLICAS

A situação do Rio é agravada pela ocupação desordenada em encostas e pela falta de saneamento básico nas comunidades de baixa renda. A pesquisadora recomenda que os governos adotem políticas públicas para evitar tragédias provocadas por catástrofes ambientais.
“A primeira ação é a ordenação do solo. Não permitir a ocupação de encostas. É preciso garantir saneamento básico para evitar doenças”, orienta a pesquisadora. Segundo ela, as ações devem vir acompanhadas de campanhas educativas, drenagem de rios e eficiente sistema de alerta.

Diagnóstico para políticas públicas

O secretário de Estado do Ambiente, Carlos Minc, disse que o diagnóstico será usado na aplicação de políticas públicas em diferentes regiões do estado. Ele lembrou que, a partir da primeira etapa do estudo, concluída em 2011, foram feitas ações de reflorestamento, fim dos lixões e construção de aterros sanitários no Noroeste fluminense. “O estudo pode efetivamente mudar a vida das populações que se encontram nessas áreas”, disse o secretário.

Ressaca no Mirante do Leblon: elevação do nível do mar é um das consequências do efeito estufa previstas
Foto:  Severino Silva / Agência O Dia 

Risco na Costa Verde, Serra e Baixada

Os municípios de Angra dos Reis e Paraty, na Costa Verde, e Teresópolis e Petrópolis, na Região Serrana, estão em situação de elevado risco ambiental. “Por conta da ocupação desordenada do solo, essas regiões devem estar atentas aos cuidados necessários para a proteção das florestas”, explicou a pesquisadora da Fiocruz.

A especialista alerta, no entanto, que o baixo índice apresentado por determinados municípios não significa a ausência de risco. Na Baixada Fluminense, três cidades — Magé, Duque de Caxias e Nova Iguaçu — tiveram índices de vulnerabilidade superiores a 0,70, bem acima da média estadual, de 0,50.

ÍNDICE CLIMÁTICO

O Índice de Vulnerabilidade Geral (IVG), é calculado com base em indicadores sociais, ambientais e de saúde.

MENOS VULNERÁVEL

O município de Nilópolis aparece no mapa como o menos vulnerável, com escala zero no índice geral, seguido de São Pedro da Aldeia, na Região dos Lagos, e Volta Redonda, no Sul Fluminense.

RISCO SOCIAL

São Francisco de Itabapoana aparece com o pior índice de vulnerabilidade social e Niterói, com o melhor.

MELHORIA NA SAÚDE

Campos reduziu de 1 para 0,68 o índice, devido à melhora na saúde.
 
Fonte: Jornal o dia

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