quarta-feira, 9 de abril de 2014

Centro ganha biblioteca sustentável

A nova Biblioteca Parque Estadual do Rio


http://oglobo.globo.com/rio/a-nova-biblioteca-parque-estadual-12025875

RIO — Foram quatro anos de obras e uma grande mudança no meio do caminho até a abertura da Biblioteca Parque Estadual na última semana. É que um ano após iniciada a reforma no prédio da Avenida Presidente Vargas, decidiu-se incorporar ali alguns critérios de sustentabilidade que já vinham sendo empregados em obras como a do Museu da Imagem e do Som, em construção em Copacabana.

As adaptações incluíram mudanças nos sistemas de ar condicionado, que se tornou mais eficiente, e de iluminação. Com isso, o prédio projetado originalmente por Glauco Campelo nos anos 1980 — que também acompanhou todo o retrofit realizado agora — vai economizar até 45% do consumo de água e 28% de energia elétrica e pode até ganhar o selo Leed na categoria Ouro, certificação concedida pelo Green Building Council Brasil (GBC).

— A arquitetura original do prédio já era muito bem pensada. A posição do sol no terreno foi levada em consideração para que as fachadas que recebem mais calor fossem mais protegidas, por exemplo. E a edificação também tinha um bom sistema de circulação do ar e isolamento térmico. Isso facilitou bastante o nosso trabalho — conta Rosana Corrêa, diretora da Casa do Futuro, empresa responsável pela implementação de medidas sustentáveis no projeto.

Com isso, foi possível investir em medidas simples, possíveis de serem feitas em qualquer edificação pública ou privada, como telhados verdes. No caso da biblioteca, foram dois mil metros quadrados de área, o que ajuda a reduzir a incidência solar dentro do prédio, melhorando o conforto térmico e a necessidade do uso de ar condicionado. A instalação de vidros duplos nas fachadas atende ao mesmo objetivo, já que chega a reduzir em 52% a entrada do calor, sem, contudo, barrar a luz. Outra medida adotada foi a instalação de painéis fotovoltaicos que devem produzir cerca de 50 mil megawatts de energia.

Além disso, o piso do salão principal foi feito com madeira certificada, os banheiros ganharam descargas com duplo fluxo e torneiras com fechamento automático e o telhado conta com sistema de captação da água da chuva, usada na irrigação e nos banheiros.

Outra grande novidade foi a construção de um prédio anexo. E, entre os dois, a criação de um espaço de convivência, que conta com espelho d’água, parede verde e um bicicletário, para quem quiser chegar pedalando até ali.

— O espelho d’água cria um microclima agradável. E o piso utilizado é permeável, o que evita que a água vá para as galerias pluviais — conta Rosana.

Aberta ao público na última semana, a biblioteca tem capacidade para receber cinco mil pessoas por dia, que são informadas, por totens espalhados pelo prédio todo, sobre o funcionamento sustentável da edificação. As obras consumiram ao todo R$ 71 milhões.

Com entradas pela Presidente Vargas, Saara e Campo de Santana, a Biblioteca Parque tem um acervo literário de 200 mil itens, 20 mil filmes e três milhões de músicas digitalizadas.


Fonte: O GLOBO, 08/04/2014.

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